Editorial | dezembro 2022
Diz-se que não há uma segunda oportunidade para causar uma primeira boa impressão. Esperamos tê-lo conseguido, no mês passado, com a nossa primeira edição. Podemos fazer mais exercícios com o óbvio que, por vezes, nos escapa. Uma revista passa a existir fisicamente após a publicação do primeiro número, mas só se torna uma publicação periódica com a chegada da segunda edição às bancas. E aqui estamos, esperando causar novamente boa impressão a quem já nos conhece, e mais primeiras boas impressões a quem toma só agora contacto com as nossas páginas.
Com o ano a chegar ao fim, é tempo de balanços e listas de escolhas que vão inundando as várias publicações e também os posts das redes sociais. No nosso caso, o tempo é ainda de enorme expectativa, pelo que deixaremos esse balanço para daqui a um ano, dobrado que estará o nosso primeiro aniversário.
Será então a altura de olharmos para estes dias com alguma nostalgia. A ingenuidade dos primeiros passos vai-se perdendo e dando lugar a maior lucidez ou somente cinismo. Esperamos conseguir centrar-nos mais na primeira hipótese, tentando nunca perder o entusiasmo.
A motivação é essencial para qualquer trabalho, seja qual for o setor ou a função. Mas há profissões que necessitam claramente de mais resiliência do que outras. Enquanto revista empresarial é natural que nos foquemos no esforço empreendedor dos nossos intervenientes. E sabemos bem o que custa ter uma ideia, defendê-la, a partir dela criar um produto ou serviço e depois vendê-lo.
Sempre que possível inspiro-me no cinema para encontrar os melhores exemplos que contextualizem e legitimem pontos de vista. A propósito da resiliência e da pressão, lembro-me muitas vezes do filme Glengarry Glen Ross (1992), que se baseia na peça de teatro com o mesmo nome e que valeu o Prémio Pulitzer a David Mamet em 1984. O filme, para além de contar com um elenco absolutamente notável, diálogos e monólogos extraordinários, mostra-nos a crueldade da competitividade (para usar um eufemismo) de alguns meios corporativos. Não sendo a mensagem mais natalícia, esta minha referência é também uma homenagem aos sobreviventes que não desistem de dar o melhor de si, mesmo quando as circunstâncias não ajudam.
Caro leitor, resta-me desejar-lhe um Feliz Natal e que 2023 seja um ano de grandes sucessos profissionais e pessoais!