AEA: Há 80 anos na vanguarda da defesa dos interesses do tecido empresarial de Amarante

Fundada em 1943, a Associação empresarial de Amarante (AEA) é uma associação que representa todo o tecido empresarial de Amarante, funcionando como um agente na defesa dos interesses das empresas da cidade. Em entrevista à Revista Magazine, Bruno Costa, Presidente da AEA, contou-nos um pouco sobre o trabalho desenvolvido pela associação e os desafios para o futuro.

Que propósitos e objetivos nortearam a fundação da AEA?

Os principais propósitos da AEA são promover o desenvolvimento socioeconómico da região de Amarante, incentivar o empreendedorismo e a inovação, representar os interesses dos seus associados perante as entidades públicas e privadas, prestar serviços de apoio e assistência às empresas, fomentar a formação e qualificação profissional dos trabalhadores, promover a cooperação empresarial e a internacionalização das empresas associadas. Paralelamente, a AEA também tem como objetivo estabelecer parcerias com outras entidades empresariais e instituições públicas para desenvolver projetos e iniciativas que possam contribuir para o fortalecimento do tecido empresarial da região de Amarante.

Qual a dimensão do tecido empresarial de Amarante?

O concelho de Amarante possui um tecido empresarial diversificado, com empresas de diferentes setores de atuação, como a indústria (sendo a metalomecânica a indústria mais empregadora no concelho), o comércio e os serviços. A construção civil tem muito peso no tecido empresarial de Amarante em termos de volume de negócios e funcionários. Mais de 90% das empresas são microempresas.

No atual panorama nacional, quais os maiores desafios que o setor enfrenta e de que forma a AEA procura ajudar as empresas do ramo a ultrapassar esses mesmos desafios?

As empresas de Amarante enfrentam diversos desafios, que variam de acordo com o setor de atuação e o contexto económico e social em que estão inseridas. Podemos destacar alguns: competitividade, financiamento, burocracia e modernização. A AEA procura ajudar as empresas a ultrapassar os problemas, por exemplo, através do apoio dado pelos seus gabinetes de formação, jurídico, comunicação, destacando-se o estímulo à inovação e ao empreendedorismo, através do apoio ao desenvolvimento de projetos inovadores e à criação de novas empresas.

Que tipo de programas e ações a associação leva a cabo para promover o setor empresarial em Amarante? Os jovens empreendedores são um público a que vocês dão especial atenção?

Para além das habituais ações de dinamização do comércio e encontros de forma a estimular o netwoorking entre empresários, nos últimos anos A AEA tem estado envolvida em inúmeros projetos com objetivo de ajudar as empresas de Amarante. Podem-se destacar os seguintes: “Programa Formação-Ação”, com objetivo de reforçar a competitividade das pequenas e médias empresas; “Projeto BT Inova 2.0”, de forma a consolidar o roteiro enogastronómico da região e a valorização dos produtos endógenos; “Food Cluster Revolution”, para a elaboração de um plano de ação para o desenvolvimento e crescimento do setor agroalimentar; “In Vino Expertise”, com objetivo de apoiar a formação de adultos desempregados, na área do enoturismo; e “Medida Emprego + Digital”, para capacitar digitalmente os colaboradores das empresas Os “Jovens Empreendedores” é um projeto que visa fomentar nos alunos, professores e comunidade envolvente o potencial empreendedor, conduzindo à mudança de atitude, ao contacto direto com conceitos empreendedores e ao desenvolvimento de novas competências pessoais, tecnológicas e sociais. Tudo isto através de um sistema alternativo de educação não formal que inclui um conjunto de ações estrategicamente pensadas, nomeadamente, workshops de capacitação e autoconhecimento, bootcamps, mentoria, entre outras, que culmina num concurso de ideias de negócios. Este é um projeto que estamos a desenvolver em inúmeros concelhos do país.

Por fim, que mensagem gostaria de deixar à população de Amarante, especialmente ao setor empresarial?

É necessário que todos tenhamos a noção do trabalho em rede. O sucesso não é alcançado individualmente, mas sim através do trabalho em equipa e da cooperação entre as pessoas. Urge, nos tempos que correm e após as mudanças dos últimos anos, as empresas terem noção do seu papel na valorização e motivação dos seus colaboradores, não esquecendo que as mesmas estão inseridas numa sociedade e que devem colaborar com a mesma de forma a melhorar a qualidade de vida da comunidade. As empresas não existem apenas para gerar lucro, mas também para contribuir para a construção de um mundo melhor.