Quinta da Marmeleira: O vinho que fala português e chinês

Portugal e Macau são, historicamente, dois países com grande proximidade comercial, fruto da tradicional amizade que se desenvolveu entre ambos. A Quinta da Marmeleira é um belo exemplo de uma empresa que estabelece uma ponte comercial muito direta entre Portugal e Macau, sendo uma marca com produção portuguesa e administrada pelo empresário chinês de Macau, Wu Zhiwei.

Apaixonado pela beleza das paisagens de Alenquer e com o sonho de produzir vinhos à altura dos mais refinados paladares, Wu Zhiwei decidiu, em 2013, adquirir a Quinta da Marmeleira, uma empresa produtora de vinhos, e embarcar num projeto ambicioso a longo prazo, que visa criar uma marca de referência internacional nos vinhos e na hotelaria, que Wu Zhiwei pretende deixar aos seus descendentes. Para além disso, é também um projeto com benefícios sistémicos, ou seja, um investimento que para além de se focar na melhora e internacionalização dos vinhos, também se foca em preservar e enriquecer a harmonia paisagística que se pode encontrar em Alenquer. A escolha de Wu Zhiwei por Portugal, mais especificamente Alenquer, para criar a empresa vinícola dos seus sonhos, deveu-se sobretudo à longa história de relações comerciais entre Portugal e Macau. Além disso, o caráter trabalhador das gentes da região, mas também a simpatia e a hospitalidade dos portugueses desde cedo se tornaram numa das razões para o investimento na marca de origem portuguesa. Neste sentido, os trabalhadores também fazem parte da família da Quinta da Marmeleira.

A Quinta da Marmeleira produz vinhos de diferentes caraterísticas e castas e é já uma referência internacional no setor

Em 2018, o sonho de Wu Zhiwei começou a tornar-se realidade, quando as primeiras garrafas de vinho produzidas pela Quinta da Marmeleira começaram a ser comercializadas. Atualmente, os vinhos Marmeleira marcam presença nas prateleiras das grandes superfícies através de quatro marcas distintas: Chamelaria (tinto de castas aragonês, cabernet sauvignon e castelão), Chamelaria Reserva (estágio em barricas de madeira), Amplo tinto (aragonês, castelão, syrah e touriga nacional – um vinho macio, com notas de frutos vermelhos) e Pugnaz (a partir da seleção das melhores uvas da propriedade e combina a variedade embaixadora de Portugal – touriga nacional – com syrah e alicante bouschet).Está previsto ainda o lançamento de outra variedade de topo, a Etymon, que só será apresentada em circunstâncias excecionais, tal como a Barca Velha do Douro, o vinho tinto mais exclusivo de Portugal. Relativamente ao engarrafamento do seu próprio vinho, a empresa tomou a decisão de se esperar até ter a certeza que se teria um vinho com potencial de guarda de 20 a 30 anos em garrafa.

Desde a entrada de Wu Zhiwei na Quinta da Marmeleira que a marca de vinhos tem vindo a obter maior sucesso

O investimento do empresário de Macau possibilitou dar à Quinta da Marmeleira melhores condições para a produção de vinhos de qualidade, sendo, por exemplo, plantadas novas vinhas, efetuado um estudo sobre a colocação das mesmas em função da elevação, tipos de solo e exposição solar, de maneira a obter um rendimento de excelência, e a aquisição de novos terrenos, que permite que a produção tenha escala e, consequentemente, seja rentável. Somado a isto, foi ainda realizado um extenso trabalho de marketing, uma vez que a China é o principal mercado de exportação e é necessário realizar-se um estudo enológico sobre as caraterísticas mais apreciadas no vinho pelos chineses. Paralelamente, estão já a ser dados os primeiros passos para a construção de uma nova adega vinícola, um projeto que combina elementos da arquitetura tradicional portuguesa, nomeadamente nas janelas e na cobertura do edifício, com outros mais modernos. A adega terá três andares e uma área total interior superior a 40 mil metros quadrados, sendo um importante pilar na criação de vinhos de maior qualidade.

A empresa de Alenquer é um caso exemplar de uma marca que é capaz de solidificar as relações de amizade entre Portugal e Macau

A Quinta da Marmeleira é, por isso, uma empresa internacional e multicultural, um projeto que ajuda a criar uma ponte muito direta entre Portugal e Macau. Hoje em dia, esta marca de vinhos é um importante polo dinamizador da economia e emprego da região, empregando vários locais, desde jardineiros, operários agrícolas, tratadores de cavalos e motoristas. O excelente trabalho realizado pelos profissionais da Quinta da Marmeleira, bem como as assinaláveis melhorias possibilitadas pelo investimento de capital e pelo projeto inovador de Wu Zhiwei, fazem com que a entidade vinícola seja já um vinho conceituado no mercado de Macau. Hoje, já é possível encontrar na carta de vinhos dos restaurantes mais exclusivos da região, os vinhos Marmeleira. À margem da Feira Internacional de Exportações de Xangai em 2019, a Marmeleira celebrou uma parceria estratégica com a distribuidora estatal chinesa Nam Kwong, que vai aumentar a entrada dos vinhos portugueses na China continental.

No primeiro semestre deste ano, o Chefe do Executivo de Macau, Ho Iat Seng, fará a sua primeira visita oficial a um país estrangeiro, tendo escolhido Portugal como o primeiro país a visitar, demonstrando a tradicional amizade entre a China e Portugal. A cooperação entre os dois países tem amplas perspetivas em diversas áreas, e a fusão mútua da cultura chinesa e ocidental de centenas de anos entre Macau e Portugal trará melhores resultados para ambas as nações. Ao mesmo tempo, o Instituto de Promoção do Comércio e do Investimento de Macau (IPIM) liderará uma delegação empresarial a Portugal, com o objetivo de promover o intercâmbio e a cooperação comercial entre Macau e Portugal. Assim, o sucesso que os vinhos Marmeleira apresentam, é um bom argumento para corroborar as relações entre países e incentivar a que novos projetos sejam feitos entre as nações.