Miguel Garcia: “as pessoas passaram a preocupar-se mais com a sua imagem”
Nos últimos anos começou a surgir uma nova tendência de barbeiros preocupados com o atendimento de excelência aos seus clientes. Mantendo alguns toques tradicionais, hoje em dia as barbearias não são vistas apenas com uma necessidade, mas também como um local onde se pode aproveitar para desfrutar de um serviço personalizado.
Para conhecer um pouco mais sobre esta nova tendência, falámos com Miguel Garcia, Presidente da Associação Portuguesa de Barbearias, Cabeleireiros e Institutos de Beleza (APBCIB) que referiu notar “um aumento significativo de abertura de estabelecimentos na área das barbearias que têm, subjacentes, diversos fatores, tais como uma maior procura de serviços diferenciados, um maior poder de compra da geração Millennial, a nova forma dos profissionais encararem este negócio, criando espaços multifacetados e de convívio com atrações típicas do universo masculino e o crescente mercado de produtos especializados”. Tendo presente que estão impedidos de regular o mercado que funciona sobre as regras da livre concorrência, o papel da associação passa por aconselhar e apoiar, ao nível administrativo e legal, a abertura destes estabelecimentos. Para Miguel Garcia, o setor está perante um “crescimento alicerçado num novo padrão de comportamento e em valores pessoais que refletem um novo estilo de vida. Há um maior crescimento no consumo de produtos de beleza e de higiene, o que denota que as pessoas passaram a preocupar-se mais com a sua imagem”.
Apesar do crescimento, esta atividade depara-se com alguns problemas, como é o caso da elevada concorrência que existe neste setor, a dificuldade em fidelizar os seus clientes e, ainda, o alto nível de exigência do consumidor para produtos e serviços. Ainda assim, a associação procura prestar auxílio aos seus associados, através de apoio ao nível de aconselhamento jurídico que presta, ajudando-os a cumprir a legislação. Miguel Garcia faz-nos saber que a associação está focada em vários objetivos, tendo entre eles a revisão da taxa do IVA aplicada ao setor dos cuidados pessoais. Pretendem ainda que, em cada estabelecimento, haja um responsável técnico com formação adequada, a obrigatoriedade de cada estabelecimento através de uma “mera comunicação prévia” comunicar a sua abertura, entre outros. Isto tudo de modo a cumprir o principal objetivo da associação que é proporcionar todas as condições necessárias aos seus parceiros, para que este setor possa continuar a crescer.