Gastronomia tradicional portuguesa: estandarte da identidade nacional

A gastronomia nacional serve à mesa uma vasta e diversificada gama de pratos e iguarias tradicionais, estandarte e herança viva do rico património gastronómico de cada região. Portugal tem uma das gastronomias mais ricas e variadas do mundo, resultado de um verdadeiro tesouro de sabores impressos num receituário e tradições acumuladas ao longo da nossa existência como uma das nações mais antigas da Europa. É de muitos petiscos raros que esta publicação vem lembrar-nos, como sabedorias seculares, usos e costumes das nobres gentes agarradas ao campo e à liturgia sagrada, e sobretudo, a imaginação na cozinha, que muitas vezes nos faz sentir o pulsar de uma vida ou de uma família, de uma região ou de um país, nas dificuldades da simplicidade, na magia dos sabores puros da tradição mediterrânica.

Com acesso aos mares do Atlântico e do Mediterrâneo, a comida portuguesa recebe elementos e memórias tanto do mar como dos territórios interiores, das serras e das planícies, multiplicando saberes e sabores numa vasta gama de receitas e técnicas, experiências acumuladas durante séculos de história com influências e inspirações de todo o mundo (as especiarias asiáticas, os frutos exóticos das Américas, os aromas quentes de África, combinando com os produtos locais).

A Federação das Confrarias Gastronómicas Portuguesas em boa hora trabalhou para concretizar a realização do Dia Da Gastronomia Nacional, no último fim-de-semana de maio, afirmando desta forma a celebração da gastronomia de raiz popular preservada e honrada pelas quase duas centenas de Confrarias de todo o território continental e ilhas. Desde o anho assado no forno ao cabrito estonado, da vitela de Lafões à vitela arouquesa e dos Açores, das tripas a moda do Porto ao Rancho a moda de Viseu, dos enchidos transmontanos ao presunto de montanha, da Lampreia aos carolos e papas de milho, dos peixes e mariscos da costa da prata e da Madeira ao bacalhau de Ílhavo, dos rojões da Bairrada à Lampantana do Caramulo, da Chanfana das Beiras aos petiscos do porco e do leitão, da doçaria Conventual (de Aveiro, Coimbra, Porto, Arouca, Minho, …) aos pastéis de Tentúgal e Vouzela, da doçaria de Romaria e de tantos queijos e vinhos e licores de norte a sul e ilhas, uma infinidade de sabores e saberes que aqui não cabem enunciados, mas que preenchem a enorme alma portuguesa, mesa de excelência que se oferece à crescente procura do turismo de dentro e de fora, património imprescindível à manutenção da nossa identidade nacional.

Direção da Federação das Confrarias Gastronómicas Portuguesas